segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Minhas vivencias utilizando mídias e tecnologias

Sabe- se que não é de hoje que a tecnologia esta presente nas escolas, eu mesma na minha época de aluna de Ensino Fundamental já havia tido contato com a TIC´s, através de filmes que os professores da área de Humanas utilizavam e da Informática, por meio do programa Micro mundos.

Mas convenham que de outrora para agora muitas coisas mudaram. Hoje há em muitas escolas, microssitem, TV, DVD, data show, laboratório de informática atrelado a internet, câmera digital. Mesmo quando não há esses recursos professores e alunos dão um jeito de usá-los nas escolas. Eu mesma junto com meus alunos já aluguei filmes para assistimos e filmadoras a fim de registrarmos algumas apresentações de projetos.

Um desses projetos foi O mundo em quadrinhos de Mauricio de Souza realizado em 2002 com as turmas de 5ª série da EMEF Jonathas Pontes Athias. O projeto surgiu devido a precariedade da leitura e escrita dos educandos, em vista disso eu elaborei um projetos de leitura. A principio comecei a trabalhar com alguns gêneros textuais (poema, conto noticia, letra de música...), mas estes não emplacaram. Um dia eu entrei na sala é vi os alunos trocando figurinhas do desenho animado Digimon, Pokémon e Dragonball Z, foi então que eu tive a idéia de levar algumas revistas da Turma da Mônica para eles lerem.

A princípio, a leitura das histórias em quadrinhos era descompromissada, não havia cobranças. Os alunos só tinham que ler e como os gibis eram poucos deviam trocá-los com os colegas três vezes por semana. Nesse período eu também conversei com os pais sobre como as HQs poderiam ajudar os estudantes a desenvolverem habilidades de leitura e escrita. Diante disso, alguns deles se comprometeram em comprar revistas. Assim, foi possível aumentar o acervo.

As navegações nos sites de busca e no www.monica.com.br propiciaram informações imprescindíveis para a sistematização do projeto. Após a pesquisa os discentes expuseram em sala de aula a origem das HQs até os dias atuais; apresentação da linguagem dos gibis; biografia do autor e origem de seus personagens; murais com os produtos que levavam a marca da Turma da Mônica; mapas com os países onde circulavam as revistas de Maurício de Sousa e cartazes mostrando a Turma da Mônica em outras área como: campanhas publicitárias, filmografia e artes plásticas.

No decorrer do projeto, os educandos produziram textos com as personagens de Maurício de Sousa, criaram tiras, cartazes publicitários, quadros, revistas em quadrinhos e trabalharam com várias atividades de interpretação que envolviam conhecimentos lingüísticos e temáticas como: meio ambiente, artes plásticas, drogas, consumo, futebol, beleza e preconceito.

Nesse trabalho, os discentes tiveram a oportunidade de exercer práticas sociais de escrita ao produzirem ofícios, escrevendo cartas e convites. Eles também desenvolveram a oralidade ao conversarem com as pessoas pedindo doações ou convidado-as para comparecerem a Galeria do Conhecimento. As várias atividades desenvolvidas foram apresentadas na Galeria do Conhecimento, onde os educandos tiveram a oportunidade de expor e falar sobre o trabalho, interagindo, assim, com a comunidade interna e externa.

Analisando todo o processo de implementação do projeto, eu constatei a importância deste para a resolução dos problemas de leitura, produção textual e relacionamento. Tudo isso porque houve durante o trabalho uma grande interação, cooperação, participação, assiduidade, responsabilidade, solidariedade e uma prática constante de leitura, por meio das histórias em quadrinhos que, além de entreter os discentes, desenvolveu a competência comunicativa através de habilidades de leitura e escrita em vários suportes textuais revelando escritores, quadrinhistas, desenhistas e pintores.

Quanto a mim, percebi que são necessárias mudanças na forma de ensino-aprendizagem de leitura, visto que nossos alunos hoje estão expostos a diversos tipos de textos que não se atêm, somente, à palavra escrita, mas a imagem, o som, cores, movimentos, símbolos, etc. A tais estudantes não se ensinam como os da geração, apenas da escrita e da linearidade, a estes cabia simplesmente o silêncio, a imobilidade, o registro, a memória e a reprodução, enquanto que os da contemporaneidade por serem não-lineares, multimídicos e audiovisuais, é preciso ensinar desenvolvendo novas maneiras de raciocínio, fazendo conexão com conceito já aprendido e inserindo novos saberes.


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