segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Histórias em quadrinhos e tecnologia


As histórias em quadrinho é um meio de comunicação de massa muito importante para mim, porque através delas consegui criar condições para que muitos dos meus alunos desenvolvessem habilidades de leitura e escrita.

Trabalho com esse gênero textual desde 2001, quando iniciei minha carreira no magistério na EEEF Jonathas Pontes Athias em Marabá-PA. Em 2005 tive um grande momento com as histórias em quadrinho ao defender meu TCC, intitulado História em Quadrinhos: um caminho para outras leituras.

Após 05 (cinco) anos longe desse gênero voltamos a nos reencontrar no Ensino Médio, e dessa vez num momento muito importante e com uma missão mais árdua, fazer meus alunos de 1 ano produzir um material didático sobre a História do Negro na Amazônia.  

Percebi que durante esse tempo muita coisa mudou, o trabalho já não é mais artesanal como meus alunos de 5 série fazia há 05 anos atrás. Graças ao advento da internet podemos contar com variados programas para produzir as histórias em quadrinhos. No nosso caso, optamos por produzi-las no programa Comic Life disponível em: www.baixaki.com.br/download/comic-life.htm. Utilizamos ele porque o nosso processador era Windows,  já para quem tem a versão do Linux pode instalar o HagáQuê facilmente encontrado no site: www.nied.unicamp.br/~hagaque/downloads.php?lang=p. O resultado pode ser conferido no blog http://raugimlima.blogspot.com/
Referencias
CITELLI, Adilson Odair. Aprender e ensinar com textos não escolares. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
FEIJÓ, Mário. Quadrinhos em ação: um século de história. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1997.
MOYA, Álvaro de. Shazam! São Paulo: Perspectiva, 1997.
_____________. História da História em quadrinhos. 2 ed. 2 reimp. São Paulo: Brasiliense, 1996.








Minhas vivencias utilizando mídias e tecnologias

Sabe- se que não é de hoje que a tecnologia esta presente nas escolas, eu mesma na minha época de aluna de Ensino Fundamental já havia tido contato com a TIC´s, através de filmes que os professores da área de Humanas utilizavam e da Informática, por meio do programa Micro mundos.

Mas convenham que de outrora para agora muitas coisas mudaram. Hoje há em muitas escolas, microssitem, TV, DVD, data show, laboratório de informática atrelado a internet, câmera digital. Mesmo quando não há esses recursos professores e alunos dão um jeito de usá-los nas escolas. Eu mesma junto com meus alunos já aluguei filmes para assistimos e filmadoras a fim de registrarmos algumas apresentações de projetos.

Um desses projetos foi O mundo em quadrinhos de Mauricio de Souza realizado em 2002 com as turmas de 5ª série da EMEF Jonathas Pontes Athias. O projeto surgiu devido a precariedade da leitura e escrita dos educandos, em vista disso eu elaborei um projetos de leitura. A principio comecei a trabalhar com alguns gêneros textuais (poema, conto noticia, letra de música...), mas estes não emplacaram. Um dia eu entrei na sala é vi os alunos trocando figurinhas do desenho animado Digimon, Pokémon e Dragonball Z, foi então que eu tive a idéia de levar algumas revistas da Turma da Mônica para eles lerem.

A princípio, a leitura das histórias em quadrinhos era descompromissada, não havia cobranças. Os alunos só tinham que ler e como os gibis eram poucos deviam trocá-los com os colegas três vezes por semana. Nesse período eu também conversei com os pais sobre como as HQs poderiam ajudar os estudantes a desenvolverem habilidades de leitura e escrita. Diante disso, alguns deles se comprometeram em comprar revistas. Assim, foi possível aumentar o acervo.

As navegações nos sites de busca e no www.monica.com.br propiciaram informações imprescindíveis para a sistematização do projeto. Após a pesquisa os discentes expuseram em sala de aula a origem das HQs até os dias atuais; apresentação da linguagem dos gibis; biografia do autor e origem de seus personagens; murais com os produtos que levavam a marca da Turma da Mônica; mapas com os países onde circulavam as revistas de Maurício de Sousa e cartazes mostrando a Turma da Mônica em outras área como: campanhas publicitárias, filmografia e artes plásticas.

No decorrer do projeto, os educandos produziram textos com as personagens de Maurício de Sousa, criaram tiras, cartazes publicitários, quadros, revistas em quadrinhos e trabalharam com várias atividades de interpretação que envolviam conhecimentos lingüísticos e temáticas como: meio ambiente, artes plásticas, drogas, consumo, futebol, beleza e preconceito.

Nesse trabalho, os discentes tiveram a oportunidade de exercer práticas sociais de escrita ao produzirem ofícios, escrevendo cartas e convites. Eles também desenvolveram a oralidade ao conversarem com as pessoas pedindo doações ou convidado-as para comparecerem a Galeria do Conhecimento. As várias atividades desenvolvidas foram apresentadas na Galeria do Conhecimento, onde os educandos tiveram a oportunidade de expor e falar sobre o trabalho, interagindo, assim, com a comunidade interna e externa.

Analisando todo o processo de implementação do projeto, eu constatei a importância deste para a resolução dos problemas de leitura, produção textual e relacionamento. Tudo isso porque houve durante o trabalho uma grande interação, cooperação, participação, assiduidade, responsabilidade, solidariedade e uma prática constante de leitura, por meio das histórias em quadrinhos que, além de entreter os discentes, desenvolveu a competência comunicativa através de habilidades de leitura e escrita em vários suportes textuais revelando escritores, quadrinhistas, desenhistas e pintores.

Quanto a mim, percebi que são necessárias mudanças na forma de ensino-aprendizagem de leitura, visto que nossos alunos hoje estão expostos a diversos tipos de textos que não se atêm, somente, à palavra escrita, mas a imagem, o som, cores, movimentos, símbolos, etc. A tais estudantes não se ensinam como os da geração, apenas da escrita e da linearidade, a estes cabia simplesmente o silêncio, a imobilidade, o registro, a memória e a reprodução, enquanto que os da contemporaneidade por serem não-lineares, multimídicos e audiovisuais, é preciso ensinar desenvolvendo novas maneiras de raciocínio, fazendo conexão com conceito já aprendido e inserindo novos saberes.


domingo, 19 de setembro de 2010

Metodologia ou tecnologia

Integração de mídias na escola

Muito se tem discutido sobre a integração das mídias na escola, no momento até vemos algumas medidas serem tomadas como a implantação de laboratórios de informática, rádio-escola... Contudo, a situação pouco se alterou, pois é necessário mais do que a simples doação de equipamentos aos alunos para mudar essa realidade.

Se, de fato, houver interesse de modificá-la, devemos avaliar as condições sociais de uso desses materiais na escola, pois o que vemos são apenas novos recursos atrelados as velhas práticas. Para haver uma transformação nestas são necessárias mudanças nas concepções de ensino-aprendizagem. Sabemos que isto não é fácil, mas é indispensável tendo em vista que na contemporaneidade as exigências de conhecimentos não se restringem à palavra escrita, por isso precisamos exercer práticas de ensino que contemple múltiplas linguagens.

Por esse motivo, tem-se notado a entrada ainda que tímida, das mídias na escola com o propósito de motivar os discentes e modernizar a concepção de aprendizagem, abrangendo nessa esfera as imagens, paradas ou em movimento. O problema é que, em algumas situações, o trabalho com mídia precisa de uma abordagem diferenciada da reservada aos textos escritos.

Dessa forma as mídias precisam deixar de ser utilizadas em muitos casos para apoiar algumas matérias. A tevê, por exemplo, deve ser integrada a escola para socializar múltiplos conteúdos. Assim, é necessário que TV e escola deixem de ser assuntos paralelos. Eles precisam se cruzar e sobrepor-se nos sujeitos sócio-históricos que compõem o grupo social da escola, visto que estes sujeitos são telespectadores que ocupam boa parte de seu tempo assistindo a tevê em vez de ficarem envolvidos com tarefas escolares.

Somente este fato já seria satisfatório para levar a televisão e seus processos às considerações escolares. Adiciona-se a ele outros não menos relevantes: os estudantes gostam de ver TV, Assistem-na com prazer e aprendem com ela maneiras de falar, modelos de conduta, slogans, modos de criticar, informações, através da linguagem icônica ou imagética e sonora.

O cinema e outra mídia que favorece a aprendizagem, não se trata de formar críticos de cinema e sim de trabalhar alguns elementos como roteiro, direção, fotografia, diálogos, linguagem visual (imagem, montagem), sonora (música e ruídos). Esse conhecimento vai contribuir para uma leitura mais crítica sobre as imagens em movimentos, uma vez que a maioria dos valores e das mensagens transmitidas pelos filmes se efetiva não tanto pela narrativa em si, mas pela maneira de como elas são contadas. Há elementos sutis e subliminares que veiculam ideologias e valores tanto quanto a trama e os diálogos explícitos.

Dessa forma, o trabalho propiciará uma leitura mais ambiciosa, não restrita ao puro entretenimento, mas entrecruzada pela emoção e razão de maneira mais direcionada, estimulando o estudante a ser um telespectador mais exigente e crítico, propondo, relação de conteúdo / linguagem fílmico com o conteúdo da escola e desenvolvendo o gosto pela cinematografia.

O computador a outra mídia que ensino – aprendizagem, pois interferem de forma significativa no desempenho dos alunos e no exercício da cidadania. Ao ser integrado a aprendizagem e usado como processador o computador tem uma utilidade pedagógica magnífica, pois a revisão do texto pode ser socializada. Neste caso, o aluno tem autonomia e constrói desde o começo uma atitude de responsabilidade perante o próprio texto deixando-o assim inteligível como. Quanto a internet a escola a escola precisa ensina os alunos a pesquisas, a aprender a duvidar da internet, pois ela nem sempre traz o que se procura..

O trabalho as mídias é uma maneira interessante e eficiente para esse fim, uma vez que possibilita aos discentes o desenvolvimento dos aspectos intelectual, social e afetivo, integrando os conteúdos e levando-se em consideração as várias ciências, que pelo caminho da interdisciplinaridade, constroem um conhecimento participativo e decisivo na formação do sujeito social.

Conforme o exposto observa-se que todas as esferas da atividade humana estão conectadas por linguagens, é a mídia é um mosaico dessa esfera, por isso é essencial aos indivíduos compreendê-las para poderem circular e manter a sua autonomia nesse novo mundo formado por múltiplas linguagens para isso a escola precisa trabalhar com assuntos que envolvem as mídias para que os discentes entendam melhor o encantador processo de troca, de informação-ocultamento-atração, dos códigos polivalentes e suas informações. Possibilitando assim, uma ampla compreensão dos significados delas na sociedade e contribuindo para que cada sujeito exercer sua cidadania com plenitude.